O Consórcio Intermunicipal de Desenvolvimento Sustentável da Serra Gaúcha (CISGA) deu mais um passo importante no fortalecimento das políticas de sustentabilidade na gestão pública ao apresentar a proposta de criação de uma Rede de Compras Públicas Sustentáveis. A iniciativa nasce com o objetivo de integrar pessoas, setores e municípios em torno de práticas mais eficientes e alinhadas aos princípios da nova Lei de Licitações (Lei nº 14.133/2021).
Para Rodrigo Carrijo, vice Presidente do Instituto Climatológico Von Bohlen & Halbach, trata-se da construção de uma rede colaborativa que una profissionais das áreas de compras, setores demandantes das prefeituras, especialistas e o próprio Consórcio, em um ambiente de cooperação e troca de experiências. “Queremos criar uma rede de pessoas conectadas para o desenvolvimento sustentável, compartilhando soluções, boas práticas e aprendizados”, destacou Rodrigo.
A rede se apoia em três pilares principais: capacitações técnicas, ferramentas digitais desenvolvidas pelo CISGA e a dinâmica de participação dos municípios. A ideia é que, por meio dessa integração, os gestores públicos possam aprimorar seus processos, encontrar soluções já testadas por outros municípios e acelerar a implementação de políticas de compras mais responsáveis e eficazes.
Durante o encontro, foi enfatizado que muitos dos desafios enfrentados no cotidiano das compras públicas já possuem soluções conhecidas — e que o compartilhamento dessas experiências pode tornar o processo de aprendizagem e de resolução de problemas muito mais ágil. “O propósito é transformar o conhecimento coletivo em resultados concretos, fortalecendo a capacidade administrativa e promovendo aquisições que gerem benefícios reais ao poder público e à sociedade”, concluiu Rodrigo Carrijo.
O Consultor na Área de Compras Públicas Governamentais e Desenvolvimento Sustentável, do CEBRAGESP, Marcelo Donatti enfatizou que as compras públicas, quando bem planejadas, são um dos principais motores do desenvolvimento local. “Quando o município compra de micro e pequenas empresas, de MEIs ou da agricultura familiar, está investindo em sua própria economia. Esse dinheiro fica na região, gera empregos e amplia a arrecadação municipal”, afirmou.
Ele destacou que esse movimento fortalece a estrutura produtiva das cidades e cria oportunidades. “Os empresários locais que passam a atender o poder público acabam expandindo seus negócios, contratando mais pessoas e investindo em melhorias. Isso cria um ciclo virtuoso de crescimento sustentável”, observou.