Sempre atento às pautas ambientais, o Consórcio Intermunicipal de Desenvolvimento Sustentável da Serra Gaúcha (CISGA) marcou presença no 6º Seminário Regional do Fórum Democrático (FDDR) da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, realizado na manhã desta sexta-feira (16), no auditório do Bloco J da Universidade de Caxias do Sul (UCS).

Com o tema sustentabilidade, o encontro reuniu a população da Região Funcional RF3 (Cima da Serra, Hortênsias e Serra) para debater alternativas e desafios para produzir com responsabilidade ambiental.

Participaram representantes da sociedade civil organizada — entre eles lideranças de entidades empresariais, educacionais, políticas, movimentos populares — além do público em geral.

A abertura foi conduzida pelo presidente da Assembleia Legislativa, deputado Pepe Vargas (PT), que destacou o lema de sua gestão (2025-2026): “Pacto RS 25 – O crescimento sustentável é agora”. O parlamentar lembrou a trajetória do Fórum Democrático e ressaltou que o Rio Grande do Sul precisa reconstruir-se a partir de novos paradigmas sustentáveis, a fim de retomar protagonismo na economia regional e nacional.

Painéis e debates

As conferências iniciaram às 10h, trazendo especialistas de diferentes áreas:

Mudança Climática e Desenvolvimento Regional

A presidente do Comitê de Gerenciamento da Bacia Hidrográfica Taquari-Antas, Maria do Carmo Quissini, e a pesquisadora do IPH/UFRGS, Vânia Schneider, apresentaram os impactos da crise climática, como chuvas intensas, enchentes, secas e escassez de água. Vânia alertou para a perda de solos como recurso valioso, enquanto Maria destacou a importância estratégica da Bacia Taquari-Antas, que abrange 119 municípios e mais de 500 km de extensão.

Mudança Climática e Impactos Econômicos

O coordenador do NETIT/UFRGS, Hélio Henkin, defendeu a diversificação produtiva como caminho para elevar a renda per capita e estimular o consumo sustentável. Já o diretor do Simecs, Paulo Scopel, destacou a urgência de estratégias de descarbonização na indústria metalúrgica e eletroeletrônica.

Impactos no Setor Agrícola

O representante da Emater, Gilberto Bonatto, enfatizou os desafios da agricultura frente aos eventos extremos e ressaltou a força da agricultura familiar, base econômica de mais de 90% dos municípios da região. Destacou ainda o papel da agroindústria, com protagonismo feminino e de jovens empreendedores, mas alertou para o envelhecimento da mão de obra rural.

Impactos no Turismo

A representante do Sindicato de Gastronomia e Hotelaria da Região Uva e Vinho, Márcia Ferronato, lembrou que o turismo, embora motor de geração de renda e empregos, também pode gerar impactos negativos se não houver planejamento sustentável. Segundo ela, as recentes enchentes fragilizaram o setor ainda mais do que o período da pandemia.

Perspectiva dos Trabalhadores

A secretária-geral da CUT/RS, Silvana Piroli, e o dirigente da CTB/RS, Assis Mello, abordaram os efeitos da crise climática sobre a classe trabalhadora. Silvana destacou a necessidade de repensar o modelo de consumo e de produção, lembrando que os mais atingidos pelos desastres naturais são aqueles que vivem em áreas vulneráveis. Assis reforçou a importância da mobilidade urbana e de uma mudança estrutural na matriz econômica para garantir qualidade de vida e trabalho digno no futuro.

Após os painéis, foi realizado debate aberto ao público, com apresentação de propostas e contribuições coletivas.

Como acessar o Pacto RS

Para acessar a Plataforma Pacto RS, é necessário realizar login no sistema do Governo Federal (Gov.br). Após o cadastro, o usuário deverá acessar o site Pacto RS pelo sistema do Brasil Participativo https://brasilparticipativo.presidencia.gov.br/processes/pactors25.