O Consórcio Intermunicipal de Desenvolvimento Sustentável da Serra Gaúcha (CISGA), em uma colaboração estratégica com a iniciativa Brasil Sustentável, apoiada pelo Google, concluiu um amplo estudo sobre as emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE) provenientes do transporte urbano em oito municípios consorciados.
Este levantamento, que analisou dados de 2018 a 2023 em Bento Gonçalves, Carlos Barbosa, Farroupilha, Flores da Cunha, Garibaldi, Guaporé, Nova Prata e Veranópolis, representa o primeiro e fundamental passo para a construção de uma agenda regional de adaptação e mitigação climática.
O diagnóstico, executado tecnicamente pelo Instituto Climático Von Bohlen und Halbach, fornece aos gestores públicos um panorama detalhado e baseado em evidências sobre a realidade da mobilidade urbana. Pela primeira vez, a região tem dados concretos sobre a composição de suas frotas, os padrões de deslocamento da população e, o mais importante, a pegada de carbono associada a eles.
"Compreender o perfil de nossas emissões é o ponto de partida obrigatório para qualquer política pública climática séria. Esta parceria nos permitiu ter um diagnóstico robusto, que servirá de alicerce para todas as nossas ações futuras de sustentabilidade", afirma a diretoria do CISGA.
Os inventários revelaram um padrão regional desafiador, mas repleto de oportunidades. Em comum, os municípios apresentam uma alta dependência do transporte motorizado individual, com CO₂ frotas compostas majoritariamente por carros e motos, resultando em emissões per capita de elevadas.
Contudo, o dado mais estratégico revelado pelo estudo é o grande potencial para a transformação: a distância média das viagens internas na maioria das cidades é notadamente curta, variando entre 2 e 3 quilômetros. Esse perfil de deslocamento é ideal para a adoção de modais ativos, como a caminhada e a bicicleta.
A parceria com a iniciativa Brasil Sustentável e o Google foi crucial para viabilizar o levantamento, utilizando metodologias inovadoras para processar dados de mobilidade e calcular as emissões de forma precisa. Para o CISGA, a ação conjunta entre os municípios é o caminho para enfrentar desafios complexos como as mudanças climáticas.
Com este diagnóstico em mãos, a Serra Gaúcha se posiciona na vanguarda do planejamento climático municipal.
O próximo passo para o CISGA e seus consorciados é utilizar essas informações para desenhar e implementar ações efetivas, como a estruturação de planos de mobilidade urbana sustentável, o investimento em infraestrutura para ciclistas e pedestres, programas de incentivo à eletrificação de frotas e um planejamento urbano que aproxime moradia, trabalho e serviços. O estudo não é um ponto de chegada, mas a ferramenta essencial que inaugura uma nova era de gestão pública na região, focada na resiliência e em um futuro de baixo carbono.